Cirurgia torácica e fumo passivo: o risco adicional

Postado em: 05/06/2023

O hábito de fumar não prejudica apenas o fumante, mas também quem convive com ele. Não existe nenhum nível seguro de exposição ao tabagismo e mesmo quem se expõe passivamente corre o risco de desenvolver diversas doenças, especialmente respiratórias e cardiovasculares, além de câncer de pulmão.

Reações como tosse, irritação nos olhos, dor de cabeça, coriza, agravamento de doenças respiratórias são os sintomas de curto prazo para os fumantes passivos. Esses riscos aumentam ainda mais quando os fumantes se concentram em lugares fechados ou pequenos.

Crianças expostas diariamente à fumaça do cigarro têm chances 50% maiores de desenvolver alguma doença crônica, como bronquite e asma. Nos adultos que já sofrem com esse tipo de problema, a intoxicação pode agravar os sintomas e provoca crises frequentes de falta de ar.

Reforçando os riscos, segundo o estudo Carga Global de Doenças, realizado pelo Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME), dos Estados Unidos, o tabagismo passivo causa mais de um milhão de mortes por ano no mundo, sendo cerca de 60 mil apenas em crianças menores de 10 anos.

Saiba que ficar longe de quem fuma somente no momento em que a pessoa acende o cigarro não é o suficiente para se proteger. De acordo com a Associação Brasileira de Estudo do Álcool e outras Drogas (Abead), o ar que circula na casa de um fumante chega a conter três vezes mais nicotina e monóxido de carbono e até mesmo cinquenta vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça inalada por ele.

Câncer de Pulmão

Afinal, o que é fumante passivo?

Fumante passivo é aquele indivíduo que convive em ambientes fechados com fumantes, ficando exposto aos componentes tóxicos e cancerígenos da fumaça do tabaco que contém a mesma composição da fumaça tragada pelo fumante.

É importante lembrar que a fumaça do cigarro comum tem mais de 7 mil compostos e substâncias químicas. Desses, pelo menos 69 causam câncer, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) destaca, ainda, que o tabagismo passivo é a terceira maior causa de mortes evitáveis no mundo, perdendo apenas para o tabagismo ativo e o consumo excessivo de álcool.

Doenças e complicações

Público infantil: cerca de 24% das crianças de zero a cinco anos que chegam ao hospital com problemas respiratórios apresentam cotinina, uma substância derivada da nicotina, na urina. Por ter as vias aéreas menores, os pequenos são mais suscetíveis ao fumo passivo do que os adultos. Os principais riscos são:

  • Infecções de ouvido repetitivas;
  • Resfriados constantes;
  • Bronquite;
  • Crises de asma;
  • Pneumonia;
  • Rinite aguda;
  • Aumento das chances da criança se tornar fumante no futuro.


Adultos: os fumantes passivos adultos correm o risco de desenvolver as mesmas complicações que os fumantes em médio e longo prazos, principalmente quando são submetidos a fumaça em locais fechados. Seus riscos são:

  • 30% mais chances de desenvolver câncer de pulmão;
  • 25% mais chances de desenvolver doenças cardiovasculares;
  • Câncer de boca, laringe, faringe, esôfago, pâncreas, rim e colo de útero;
  • Enfisema pulmonar;
  • Bronquite crônica.

Distância é a melhor (e única) prevenção

O ideal é não fumar, principalmente em lugares que as crianças frequentam, para não expor os pequenos aos efeitos nocivos do tabagismo. Isso porque existe outra forma de exposição ao cigarro, chamada de thirdhand smoke, que sugere que substâncias como a nicotina podem permanecer nos lugares por muito tempo, ou seja, o fumo passivo não acaba quando o cigarro é apagado.

Para evitar se submeter aos riscos do fumo passivo, a forma de prevenção é bastante simples: fique bem longe da fumaça sempre que possível.

Câncer de pulmão

O câncer de pulmão é um dos mais incidentes no mundo e pode ou não estar relacionado ao tabagismo. Segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (2020), é o terceiro mais comum em homens (17.760 casos novos) e o quarto em mulheres no Brasil (12.440 casos novos), sem contar o câncer de pele não melanoma.

A grande maioria dos casos (84%) ainda é diagnosticada em estágio tardio, o que explica, em parte, a alta taxa de letalidade da doença.

Estudos recentes recomendam que pessoas com alto risco de câncer de pulmão (fumantes e ex-fumantes), com mais de 55 anos, façam uma tomografia de tórax anual para um possível diagnóstico precoce, mesmo em pacientes que não apresentam sintomas. Diante da suspeita de câncer de pulmão, o cirurgião torácico deve solicitar um exame de raios X de tórax

O câncer de pulmão pode ser tratado com cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou pela combinação dessas formas de tratamento, dependendo do tipo de câncer e de seu estadiamento.

Pacientes podem se beneficiar também com o uso das chamadas terapias-alvo, que detêm o crescimento das células cancerígenas, interferindo na ação de proteínas e receptores presentes nas células doentes ou impedindo a formação de novos vasos sanguíneos que fornecem oxigênio e nutrientes para as células cancerosas.

Entre em contato e agende uma consulta com o Dr. Caio Sterse e receba orientações sobre o diagnóstico e os tratamentos disponíveis para o câncer de pulmão. Sua saúde pulmonar é nossa prioridade!

Leia também:

Os principais sintomas e fatores de risco do Câncer de Pulmão


Este post foi útil?

Clique nas estrelas

Média / 5. Votos:

Seja o primeiro a avaliar este post.