Procedimentos cirúrgicos comuns do cirurgião torácico
Postado em: 19/06/2023
A Cirurgia Torácica é a especialidade médica que cuida das doenças do tórax e do sistema respiratório com indicações cirúrgicas nos pulmões, parede torácica (tecidos de revestimento, ossos, costelas e os músculos do tórax), traqueia, brônquios, pulmões, pleuras (membrana que recobre o pulmão), mediastino (região entre os pulmões) e até esôfago.
Os problemas benignos tratados e acompanhados pelo cirurgião torácico são relacionados às infecções, pneumonias frequentes, derrame pleural (acúmulo de líquido na pleura), doenças do mediastino e a hiperidrose (suor excessivo).
Uma deformidade da parede do tórax, chamada pectus, também é operada por este especialista. Este problema caracteriza-se por deformidades que ocorrem na parede do tórax devido a um crescimento anormal das cartilagens das costelas.
Entretanto, os casos mais frequentes no consultório do cirurgião torácico não são as doenças benignas, mas o câncer de pulmão.
A cirurgia torácica vem passando por uma constante evolução com base na tecnologia. Com o desenvolvimento do equipamento de videocirurgia, grande parte dos procedimentos antes feitos em cirurgia aberta passou a ser feito de forma menos invasiva, o que gera menos trauma ao paciente.
Conheça os tipos de procedimentos
Existem diferentes tipos de cirurgias torácicas, cada uma delas com sua finalidade e técnicas específicas.
Simpatectomia: procedimento cirúrgico realizado por videocirurgia (com o auxílio de uma câmera), para tratar a hiperidrose nas mãos, pés ou axilas.
Timectomia: cirurgia para a retirada do timo. As principais condições que requerem a timectomia envolvem tumores do mediastino — região central do tórax — e miastenia gravis, que é uma doença autoimune.
Lobectomia: é uma cirurgia em que um dos lobos do pulmão é removido, geralmente para tratar o câncer de pulmão.
Pneumonectomia: consiste na remoção completa do pulmão, realizada para tratar o câncer de pulmão avançado.
Ressecção em cunha: uma pequena parte do pulmão é extraída, recomendada para remover um tumor ou lesão.
Estadiamento de neoplasia pulmonar: descreve aspectos do câncer, como localização, se disseminou e se está afetando as funções de outros órgãos do corpo. Conhecer o estágio do tumor ajuda na definição do tipo de tratamento e a prever o prognóstico do paciente.
O câncer de pulmão de células não pequenas é denominado estágio 0 e, em seguida, os estágios variam de I a IV, onde o estágio IV significa que a doença está mais avançada.
Toracotomia: é a abertura da cavidade torácica com a finalidade de intervenção sobre determinados órgãos ou patologias ali existentes, como pleura, pulmão, esôfago, traqueia, timo, coração, pericárdio, aorta, coluna, nervos (simpático), músculos (diafragma), linfáticos (ductus torácico) e a própria parede torácica.
Toracoscopia: ou videotoracoscopia é uma técnica cirúrgica que permite visualizar diretamente o interior da caixa torácica, inspecionando os pulmões e outros órgãos do seu interior. Quando são encontradas alterações é possível realizar biópsias ou tratamentos.
Este procedimento consiste na realização de uma incisão com um bisturi na parede torácica, por onde é introduzido o endoscópio que permite realizar a toracoscopia médica. O endoscópio é um equipamento médico que possui uma câmara de vídeo e alguns instrumentos cirúrgicos. Trata-se de uma técnica cirúrgica minimamente invasiva (como artroscopia, laparoscopia ou CPRE).
Drenagem torácica: é um procedimento que consiste na colocação de um dreno torácico após a realização de cirurgias conduzidas na área da cavidade torácica. O dreno torácico faz a remoção de líquidos, fluidos, ar e sangue que podem estar se acumulando dentro da cavidade torácica. A sua inserção tem como objetivo fazer o restabelecimento da função cardiorrespiratória, que pode estar comprometida exigindo essa intervenção médica.
Logo, quando colocado no período de pós-operatório, o dreno de tórax faz a drenagem de secreções, líquidos e também da fibrina, uma proteína fibrosa que está relacionada à coagulação do sangue.
Ao realizar a eliminação dessas substâncias, a drenagem torácica consegue evitar possíveis infecções por microrganismos, recompondo a pressão negativa da atividade que ocorre na pleura. Assim, o processo de drenagem torácica previne contra a instabilidade hemodinâmica.
Correção de defeitos congênitos: método cirúrgico usado para corrigir anomalias congênitas do coração e do pulmão.
Transplante pulmonar: é reservado para pessoas que experimentaram outros medicamentos ou tratamentos para suas doenças respiratórias, mas suas condições não melhoraram o suficiente. Dependendo da condição clínica do paciente, o transplante de pulmão pode envolver a substituição de um dos pulmões ou de ambos.
Uma variedade de doenças e condições podem levar a danos irreversíveis pulmonares e impedir seu funcionamento eficaz. Algumas das causas mais comuns incluem:
- Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), incluindo enfisema;
- Fibrose pulmonar;
- Hipertensão pulmonar;
- Fibrose cística e bronquiectasias;
- Fatores que podem afetar sua elegibilidade para um transplante de pulmão.
Biópsia de pulmão: procedimento médico que tem o objetivo de obter pequenos fragmentos de alguma anormalidade do pulmão que precisa ser esclarecida quanto ao seu diagnóstico, mais frequentemente indicada para esclarecer a natureza benigna ou maligna de algum nódulo pulmonar, mas pode ser indicada também em alguns processos infecciosos ou inflamatórios, com o intuito de revelar qual o agente infeccioso específico e assim orientar o tratamento correto.
Agende uma consulta com o Dr. Caio Sterse e garanta um cuidado especializado para sua saúde torácica. Conheça todas as opções de tratamento disponíveis e os riscos e benefícios de cada procedimento.
Leia também:
Prevenção do tabagismo e detecção precoce do câncer de pulmão