Fumar e câncer de pulmão: um olhar para dados e estatísticas
Postado em: 26/07/2023
Todo ano, mais de 150 mil brasileiros morrem em decorrência do consumo do cigarro. No mundo, esse número chega a 6 milhões. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o tabagismo é a principal causa de morte evitável no planeta.
Causado pela dependência à nicotina, o tabagismo está na origem de 90% dos casos de câncer de pulmão e os fumantes têm cerca de 20 vezes mais risco de desenvolver a doença. Somente no Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima mais de 28 mil novos casos de tumores pulmonares ao ano.
Além dos dados alarmantes sobre a incidência de cânceres em fumantes, o consumo do cigarro é, também, um dos principais fatores de risco para doenças crônicas, como enfisema pulmonar, bronquite e doenças cardiovasculares.
Como o câncer de pulmão se desenvolve?
O câncer de pulmão tem sua origem nas células que revestem as vias respiratórias, como brônquios, bronquíolos e alvéolos. Ele se desenvolve a partir do crescimento desordenado das células provocando o aparecimento de um tumor. As células cancerosas têm a capacidade de se disseminar através do sistema linfático ou da corrente sanguínea, dando origem a novos tumores (metástases).
Em geral, o diagnóstico do câncer de pulmão acontece em pessoas com mais de 50 anos, sendo mais comum entre os 60 e 70 anos. Embora tenha sido predominantemente uma doença masculina no passado, nas últimas décadas tem havido um aumento progressivo de casos entre as mulheres, enquanto entre os homens há uma tendência de queda no número de ocorrências.
Tipos de câncer de pulmão
O câncer de pulmão é classificado de acordo com o tipo de células presentes no tumor e cada tipo de câncer se desenvolve e tem tratamento diferente. Os mais comuns são:
Carcinoma de células não pequenas
É o tipo de câncer mais frequente e corresponde a cerca de 85% dos casos. Ele tem dois subtipos principais: o adenocarcinoma, que é o mais comum, e o carcinoma de células escamosas. Há outros subtipos (carcinoma de grandes células, carcinoma sarcomatoide e sarcoma adenoescamoso), mas são mais raros.
Carcinoma de células pequenas
Esse tipo de câncer de pulmão é menos comum que o anterior, respondendo por aproximadamente 15% dos casos.
Para identificar o tipo de câncer, o médico solicita que o paciente faça uma biópsia.
Sintomas
Nas fases iniciais, o câncer de pulmão costuma ser silencioso, sem apresentar qualquer sintoma. Em geral, esses casos só costumam ser diagnosticados durante um exame realizado por outros problemas de saúde ou num programa de rastreamento (check-up).
Quando a doença progride, os sinais começam a se manifestar, especialmente em indivíduos fumantes ou ex-fumantes. Entre os principais estão:
- Tosse com ou sem catarro com sangue;
- Falta de ar, chiado no peito ou rouquidão;
- Dor no tórax ao respirar;
- Crises repetidas de bronquite ou pneumonia;
- Perda de apetite ou de peso inexplicável.
Por que os fumantes são mais suscetíveis ao câncer de pulmão?
Entre 85% e 90% dos doentes são ou eram tabagistas. Devido a lesões causadas no DNA das células tumorais, o vício aumenta de 20 a 40 vezes o risco de câncer de pulmão. O tabagismo, alertam os médicos, não é relacionado apenas ao cigarro, mas a qualquer forma de ingestão de tabaco.
Quais são os riscos do fumo passivo?
Quando um cigarro é aceso, dois terços da fumaça são lançados no ambiente. Ou seja, mesmo quem não fuma está exposto às substâncias cancerígenas, oriundas da combustão do tabaco. Estudos recentes são claros: o fumante passivo tem um risco de morrer por câncer de pulmão 30% maior do que um não fumante passivo.
Quem fuma cigarro eletrônico é considerado grupo de risco?
Seu uso não é considerado tabagismo, mas é uma ameaça à saúde dos pulmões. O cigarro eletrônico está diretamente relacionado à injúria pulmonar, intensa inflamação dos pulmões e, por vezes, a óbitos. Não há níveis seguros de consumo desses dispositivos. Esses produtos têm carga muito alta de nicotina, oferecendo risco de dependência.
Pessoas que nunca fumaram podem ter a doença?
Entre 10% e 15% dos pacientes não são tabagistas. Entre eles estão pessoas expostas a substâncias tóxicas, como as da poluição ambiental, o asbesto (conhecido como amianto) e o gás radônio, e os fumantes passivos. Estudos recentes têm estabelecido também uma relação entre o câncer de pulmão e fatores genéticos.
A poluição do ar interfere no desenvolvimento de câncer de pulmão?
A incidência de mortes por câncer de pulmão associadas à poluição é menor do que a relacionada ao cigarro. Mas o ar contaminado por gases tóxicos, lançados na atmosfera por diversas fontes, como os automóveis, atinge toda a população. Em 2013, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu a poluição como agente cancerígeno, associada a aumento no risco de câncer de pulmão de 29%.
Rastreamento e prevenção
Dois importantes estudos científicos comprovaram que é possível fazer um exame preventivo de câncer de pulmão em pessoas que foram tabagistas ou que são fumantes ativas: trata-se de uma tomografia computadorizada especial, com baixa dose de radiação. Esse teste ajuda na detecção de tumores pequenos e iniciais, o que aumenta a chance de cura após o tratamento.
Manter hábitos saudáveis é fundamental para prevenir doenças, inclusive tumores de pulmão. Saiba como a seguir:
- Evite o tabagismo.
- Adote uma dieta saudável.
- Pratique exercícios físicos regularmente.
- Reduza o consumo de bebidas alcoólicas.
- Gerencie o estresse.
- Realize exames regularmente.
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