Etapas da cirurgia de câncer de pulmão: do diagnóstico à recuperação

Postado em: 08/05/2025

O Câncer de Pulmão é uma das principais causas de mortalidade oncológica no mundo. No entanto, os avanços da medicina têm possibilitado diagnósticos precoces, técnicas cirúrgicas cada vez mais seguras e maiores chances de sucesso no tratamento.

Se você recebeu esse diagnóstico — ou está passando por exames para confirmação — é natural ter dúvidas: quando a cirurgia é indicada? Como o procedimento é realizado? O que esperar do pós-operatório?

Neste artigo, explico cada etapa da abordagem cirúrgica para o câncer de pulmão, desde o estadiamento da doença até os cuidados necessários após a operação.

Etapas da Cirurgia de Câncer de Pulmão - Do Diagnóstico à Recuperação
Etapas da cirurgia de câncer de pulmão: do diagnóstico à recuperação 2

Estar bem informado traz mais segurança para enfrentar o tratamento. Continue a leitura para entender, passo a passo, como é feita a cirurgia de câncer de pulmão.

Diagnóstico e estadiamento do câncer de pulmão

O caminho para o tratamento do câncer de pulmão começa com uma investigação diagnóstica criteriosa. Tosse persistente, dor no peito, falta de ar e perda de peso sem causa aparente são, geralmente, os primeiros sinais de alerta.

Nessas situações, costumo solicitar exames como radiografia de tórax, tomografia computadorizada (TC), PET-CT e broncoscopia, que auxiliam na identificação de alterações suspeitas nos pulmões.

Com a confirmação do diagnóstico, realizo o estadiamento da doença, etapa essencial para determinar a extensão do tumor. É importante avaliar se o câncer está restrito ao pulmão ou se já comprometeu linfonodos ou outros órgãos.

Esse mapeamento orienta a escolha do tratamento mais adequado, especialmente quando considero a indicação de uma cirurgia torácica.

Quando a cirurgia de câncer de pulmão é indicada?

A cirurgia de câncer de pulmão é uma das principais opções de tratamento para o carcinoma de não pequenas células (CPNPC), especialmente quando a doença é identificada nos estágios iniciais (I e II).

Nessas situações, há uma boa possibilidade de remoção completa do tumor, o que contribui de forma significativa para um prognóstico mais favorável.

Nos casos mais avançados, a cirurgia pode ser associada à quimioterapia, radioterapia ou imunoterapia, dentro de uma abordagem conhecida como tratamento multimodal, com o objetivo de aumentar a eficácia e melhorar o controle do tumor.

Antes de confirmar a indicação cirúrgica, realizo uma avaliação clínica completa, que inclui exames de função pulmonar, testes cardíacos e análises laboratoriais.

Esses cuidados são indispensáveis para assegurar que o paciente tenha condições adequadas para realizar o procedimento, com mais segurança e melhores perspectivas de recuperação.

Tipos de cirurgia de câncer de pulmão

A cirurgia de câncer de pulmão pode ser realizada por diferentes técnicas, definidas com base na localização, tamanho do tumor e na condição clínica do paciente. O objetivo é remover o câncer com segurança, preservando ao máximo a função pulmonar.

Principais tipos de ressecção pulmonar

  • Ressecção em cunha: indicada para lesões pequenas e periféricas. Remove uma área limitada do pulmão, contendo o tumor e uma margem de segurança ao redor.
  • Segmentectomia: retira um segmento anatômico maior que a cunha, mas sem comprometer um lobo inteiro. É uma alternativa à lobectomia em casos selecionados, principalmente em pacientes com capacidade pulmonar reduzida.
  • Lobectomia: é o tipo mais comum de cirurgia para câncer de pulmão. Consiste na retirada completa de um lobo pulmonar acometido. É considerada padrão-ouro nos estágios iniciais do carcinoma de não pequenas células (CPNPC).
  • Pneumonectomia: sugerida em casos mais avançados ou com tumores centrais, envolve a remoção total de um dos pulmões. Por ser uma cirurgia mais agressiva, só é indicada quando absolutamente necessária.

Técnicas cirúrgicas: aberta e videoassistida

  • Toracotomia: é a técnica tradicional de cirurgia aberta, realizada por meio de uma incisão maior e afastamento das costelas. É indicada para tumores maiores ou localizados em áreas de difícil acesso, que exigem maior controle durante o procedimento.
  • Videotoracoscopia (VATS): trata-se de uma cirurgia minimamente invasiva, feita por pequenas incisões com o auxílio de uma microcâmera de alta definição. Essa técnica proporciona recuperação mais rápida, menos dor no pós-operatório e menor tempo de internação hospitalar.

Pós-operatório: o que esperar

Após a cirurgia de câncer de pulmão, o paciente permanece inicialmente em observação e, depois, é encaminhado ao quarto ou à UTI, conforme a necessidade clínica.

O tempo médio de internação varia de 3 a 7 dias, dependendo da técnica utilizada e da resposta individual à cirurgia. Durante esse período, os principais cuidados incluem:

  • Controle da dor com medicação apropriada.
  • Manutenção de dreno torácico, quando necessário, para remover secreções e auxiliar na expansão pulmonar.
  • Início precoce da fisioterapia respiratória, fundamental para prevenir complicações pulmonares e favorecer a recuperação.

Cuidados após a alta hospitalar

Em casa, é importante seguir algumas orientações para uma recuperação segura:

  • Alimentação equilibrada e hidratação adequada.
  • Uso correto das medicações prescritas.
  • Atenção aos curativos e sinais de infecção.
  • Retorno gradual às atividades, evitando esforços nas primeiras semanas.

Consultas de acompanhamento

O acompanhamento pós-operatório permite monitorar a evolução do quadro e ajustar o plano terapêutico quando necessário. Nessa fase, costumo solicitar:

  • Tomografia de tórax, para avaliar a área operada.
  • Exames laboratoriais, para controle clínico.
  • Encaminhamentos complementares, como oncologia, radioterapia ou imunoterapia, em casos que exigem abordagem multidisciplinar.

Esse acompanhamento contínuo garante mais segurança e eficácia ao tratamento.

Segurança e eficácia na cirurgia de câncer de pulmão

Cada etapa da cirurgia torácica é planejada cuidadosamente para garantir os melhores resultados no tratamento do câncer de pulmão.

Se você recebeu esse diagnóstico e deseja entender melhor suas opções cirúrgicas, estou à disposição para orientar com responsabilidade em todas as fases do tratamento.

Agende sua consulta comigo. Vamos juntos definir a melhor estratégia para o seu caso.

Dr. Caio Sterse
Cirurgião Geral e Torácico
CRM-SP: 124698 | RQE: 123725 | 123726

Leia também:


Este post foi útil?

Clique nas estrelas

Média / 5. Votos:

Seja o primeiro a avaliar este post.