Câncer de pulmão: tipos, estágios e tratamentos

O Câncer de Pulmão é um dos mais incidentes no mundo e pode ou não estar relacionado ao tabagismo. Segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (2020), é o terceiro mais comum em homens (17.760 casos novos) e o quarto em mulheres no Brasil (12.440 casos novos), sem contar o câncer de pele não melanoma. 

A grande maioria dos casos (84%) ainda é diagnosticada em estágio tardio, o que explica a alta taxa de letalidade da doença. Mas a realidade não precisa ser assim.

Um estudo recente, feito por pesquisadores do Hospital Mount Sinai, nos Estados Unidos, mostrou que a triagem para câncer de pulmão de todos os atuais e ex-fumantes acima de 50 anos pode quadruplicar as taxas de sobrevivência. Os pacientes submetidos a uma tomografia computadorizada anual tinham uma taxa de sobrevivência de 20 anos de 80%. Apesar de ser uma patologia grave e agressiva, atualmente há muitos recursos para o tratamento. Confira!

Sobre o câncer de pulmão

O câncer de pulmão pode começar nas células que revestem os brônquios e partes do pulmão, como os bronquíolos e alvéolos. Ele se desenvolve a partir do crescimento desordenado das células provocando o aparecimento de um tumor que tem a capacidade de se disseminar para outras partes do corpo.

Costuma ser diagnosticado depois dos 50 anos em 90% dos casos, especialmente na faixa dos 60 aos 70 anos. Até pouco tempo atrás, era uma doença quase exclusivamente masculina, mas nas últimas décadas vem aumentando entre as mulheres, enquanto entre os homens há uma tendência de queda no número de casos.

É dividido de acordo com o tipo de células presentes no tumor e cada tipo de câncer se desenvolve e tem tratamento diferente. Os dois principais são o câncer de células não pequenas, que é o mais comum, e o câncer de células pequenas.

Tipos de câncer de pulmão

Entre 80% e 85% dos cânceres de pulmão são de células não pequenas. Ele se subdivide em três categorias: 

• Adenocarcinoma: tem origem nas células dos alvéolos, que produzem muco, e é mais comum em não fumantes;
• Câncer de células escamosas ou epidermoides: que começa nas células achatadas dos pulmões e é causado pelo fumo;
• Câncer de células grandes: que começa em células grandes do pulmão e tende a crescer e se disseminar rapidamente. 

O câncer de pulmão de células pequenas representa menos de 20% dos casos e quase sempre está associado ao tabagismo. Geralmente começa nos brônquios, mas cresce rapidamente e se espalha para outras partes do corpo, incluindo os gânglios linfáticos.

Já os tumores carcinoides do pulmão correspondem a menos de 5% dos cânceres pulmonares e têm crescimento lento.

Sintomas

Os sinais de câncer de pulmão variam de pessoa para pessoa e, muitas vezes, a doença não apresenta alterações em seus estágios iniciais. Fique atento aos sintomas e procure um cirurgião torácico:

• Tosse que não passa ou piora com o tempo;
• Dor no peito que não passa e piora quando a pessoa respira fundo, tosse ou dá risada;
• Tossir sangue ou catarro com cor de ferrugem;
• Falta de ar, chiado no peito ou rouquidão;
• Crises repetidas de bronquite ou pneumonia;
• Inchaço do rosto ou pescoço;
• Perda de apetite ou de peso inexplicável;
• Fraqueza ou cansaço.

Sistema de estadiamento

O sistema de estadiamento utilizado para o câncer de pulmão de células não pequenas é o sistema TNM da American Joint Committee on Cancer, que utiliza três critérios:

T. Indica o tamanho do tumor primário;

N. Descreve se existe disseminação da doença para os linfonodos próximos;

M. Indica se existe presença de metástase em outras partes do corpo, como cérebro, ossos, glândulas suprarrenais, fígado ou outro pulmão.

Números ou letras após o T, N e M fornecem mais detalhes sobre cada um desses fatores. Números mais altos significam que a doença está mais avançada.

No sistema TNM, o primeiro estágio é o estágio 0. Os outros estágios principais variam de I a IV, onde o estágio IV significa que a doença está mais disseminada. E dentro de um estágio, uma letra anterior significa um estágio inferior.

Tratamento

Para pacientes diagnosticados em estágio precoce de câncer de pulmão – I ou II –, o tratamento é quase sempre cirúrgico e esse procedimento evoluiu de uma forma importante na última década. 

Hoje em dia, com a cirurgia minimamente invasiva e a cirurgia robótica, o paciente tem alta hospitalar em menos de 48 horas, o corte é pequeno e a recuperação, em geral, mais rápida. Fazer um tratamento com quimioterapia depois da cirurgia, reduz a taxa de recorrência da doença. E o mais importante é que em 2022, o tratamento com imunoterapia trouxe uma redução ainda maior da taxa de recorrência. 

Pacientes podem se beneficiar também com o uso das chamadas terapias-alvo, que detêm o crescimento das células cancerígenas.

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