Como a hiperidrose pode ser associada a outras condições médicas e como isso afeta o tratamento?

Postado em: 19/07/2023

A Hiperidrose é caracterizada pela produção excessiva de suor, mesmo em repouso. Isso ocorre devido à hiperatividade das glândulas sudoríparas. Estima-se que cerca de 3% dos brasileiros sejam afetados por esse problema, o qual pode dificultar a execução de atividades diárias e gerar desconforto social.

Pode decorrer de diferentes motivos, como fatores emocionais, hereditários ou doenças. Quem sofre com a hiperidrose enfrenta a produção excessiva de suor em diversas regiões do corpo. 

Alguns indivíduos apresentam excesso de transpiração na palma das mãos, pés, axilas, rosto, sob os seios, no couro cabeludo ou em outras partes do corpo. Outros, no entanto, suam excessivamente pelo corpo todo. 

hiperidrose

Pessoas de origem asiática, principalmente japoneses, têm um risco maior de apresentar a doença. A hiperidrose focal é mais comum em adolescentes e jovens; menos de 5% dos casos iniciam-se após a puberdade, o que faz com que todo adulto com quadro de sudorese excessiva de início recente seja investigado para doenças metabólicas ou uso de medicamentos.

A hiperidrose costuma piorar em períodos de calor ou durante estresse emocional, mas muitos destes pacientes transpiram a todo momento, sem que haja fator desencadeante aparente.

Apesar de não ser uma enfermidade grave, que traga maiores complicações, a hiperidrose pode ser incômoda e atrapalhar a vida social e profissional dos pacientes. O excesso de suor nas axilas pode manchar roupas e ser esteticamente indesejável, enquanto a transpiração nas mãos pode molhar papéis, tornar o manuseio de instrumentos uma tarefa difícil e provocar constrangimento ao apertar as mãos de outras pessoas.

Além do impacto social, a hiperidrose pode contribuir para o desenvolvimento de várias doenças de pele, como eczemas, verrugas, dermatite atópica, infecções fúngicas nas unhas, micoses, foliculite e odores desagradáveis. É crucial abordar tanto a sudorese excessiva quanto essas condições dermatológicas associadas para proporcionar um tratamento abrangente e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Causas

A hiperidrose primária, que ocorre sem uma causa aparente, geralmente é localizada, afetando principalmente as mãos, os pés ou as axilas. Em alguns quadros, ocorre na face e no couro cabeludo.

Quando a hiperidrose é difusa ou se desenvolve na idade adulta, é importante considerar causas secundárias, tais como:

  • Neoplasias.
  • Linfoma.
  • Diabetes.
  • Doenças da tireoide.
  • Tuberculose.
  • HIV (sigla para vírus da imunodeficiência humana).
  • Doenças Febris.
  • Alcoolismo crônico.
  • Gota.
  • Menopausa.
  • Feocromocitoma.
  • Uso de medicamentos, como antidepressivos, insulina e omeprazol.

Uma hiperidrose que só surge durante o sono também sugere a presença de uma causa secundária.

Acho que tenho hiperidrose. O que devo fazer?

O primeiro passo para um diagnóstico correto é passar por uma avaliação médica. É possível, ainda, realizar alguns exames.

Há dois testes para se descobrir a área específica da hiperidrose: o teste de amido-iodo, que consiste em aplicar uma solução de iodo na área suada e, após a secagem, o amido é aspergido sobre a zona. A combinação do amido e do iodo com o suor na região resulta na cor azul escura. O outro método é o do papel de teste: um papel especial é colocado sobre a área afetada para absorver o suor e, depois, é pesado. Quanto mais peso apresentar, mais suor se acumulou.

Com base nos resultados, o profissional poderá indicar o tratamento mais adequado.  

Tratamento

Determinar a causa da hiperidrose é essencial, seja através do diagnóstico de alguma doença subjacente ou do uso de medicamentos. No caso da hiperidrose primária, existem alguns tratamentos disponíveis como os que seguem:

Antitranspirantes: a sudorese excessiva pode ser controlada com fortes antitranspirantes.

Medicamentos: drogas anticolinérgicas ajudam a impedir a estimulação das glândulas sudoríparas, mas, embora eficazes para alguns pacientes, são pouco receitadas. Os efeitos colaterais incluem boca seca, tonturas e problemas com a micção. Os betabloqueadores ou benzodiazepínicos podem ajudar a reduzir a transpiração relacionada ao estresse.

Iontoforese: procedimento que usa eletricidade para “desligar” temporariamente a glândula do suor e é mais eficaz para a transpiração das mãos e dos pés. As mãos e os pés são colocados em água e, em seguida, liga-se uma leve corrente elétrica. Esta é gradualmente aumentada até que o paciente sinta uma sensação de formigamento. A terapia dura entre 10 e 20 minutos, e requer várias sessões.

Toxina botulínica: a toxina botulínica purificada pode ser injetada na axila, nas mãos ou nos pés para bloquear temporariamente a sudorese. 

Simpatectomia torácica endoscópica (STE): em quadros graves, que não respondem aos tratamentos clínicos, pode-se recomendar um procedimento cirúrgico executado por cirurgião tóraxico. Este procedimento corrige o sinal que avisa ao corpo para suar excessivamente. Sua melhor indicação é para os casos nos quais as palmas das mãos ou plantas dos pés são acometidas. A principal complicação é começar a suar em outras áreas do corpo, o que chamamos de hiperidrose compensatória.

Curetagem e liposucção: em alguns casos de hiperidrose axilar pode ser feita uma “raspagem”, ou mesmo uma liposucção das glândulas sudoríparas e da gordura que está abaixo da pele da axila, aliviando, desta forma, a sudorese.


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