Fumo passivo e risco de câncer de pulmão

Postado em: 24/07/2023

Entre todos os tumores, o Câncer de Pulmão é o que mais mata: cerca de 2 milhões de pessoas todos os anos no mundo. Lenta e silenciosa, a doença sempre foi um desafio. O diagnóstico precoce é raro e tumor em estágio avançado implica menor chance de cura e tratamentos mais agressivos.

Entre 85% e 90% dos doentes são ou eram tabagistas. Devido a lesões causadas no DNA das células tumorais, o vício aumenta de 20 a 40 vezes o risco de câncer de pulmão. O tabagismo, alertam os médicos, não é relacionado apenas ao cigarro, mas a qualquer forma de ingestão de tabaco.

É isso mesmo. Entre 10% e 15% dos pacientes não são tabagistas. Entre eles estão pessoas expostas a substâncias tóxicas, como as da poluição ambiental, o asbesto (conhecido comercialmente como amianto) e o gás radônio, e os fumantes passivos. As últimas pesquisas têm estabelecido também uma relação entre o câncer de pulmão e fatores genéticos.

Fumo passivo

Quais são os riscos do fumo passivo?

Quando um cigarro é aceso, dois terços da fumaça são lançados no ambiente. Ou seja, mesmo quem não fuma está exposto às substâncias cancerígenas, oriundas da combustão do tabaco. Estudos recentes são claros: o fumante passivo tem um risco de morrer por câncer de pulmão 30% maior do que um não fumante passivo.

O que define o fumante de terceira mão?

É o indivíduo que tem contato com resíduos do tabaco, mas não por via inalatória, como o fumante passivo, mas por meio das partículas da fumaça do cigarro que ficam nas cortinas, nos tapetes, dentro dos carros. Este é um conceito recente e ainda não há estudos relacionando esse contato com o câncer, mas pesquisas indicam maior incidência de doenças respiratórias em pessoas expostas ao fumo de terceira mão.

Qual é o impacto da poluição do ar no desenvolvimento da doença?

A incidência de mortes por câncer de pulmão associadas à poluição é menor do que a relacionada ao cigarro. Mas o ar contaminado por gases tóxicos, lançados na atmosfera por diversas fontes, como os automóveis, atinge toda a população. Em 2013, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu a poluição como agente cancerígeno, associada a aumento no risco de câncer de pulmão de 29%.

Entendendo o câncer de pulmão

O câncer de pulmão tem sua origem nas células que revestem as vias respiratórias, como brônquios, bronquíolos e alvéolos. Acontece com o surgimento de células anormais que vão crescendo de maneira desordenada. As células cancerosas têm a capacidade de se disseminar através do sistema linfático ou da corrente sanguínea, dando origem a novos tumores (metástases). 

Em geral, o diagnóstico ocorre em pessoas com mais de 50 anos, sendo mais comum entre os 60 e 70 anos. Embora tenha sido predominantemente uma doença masculina no passado, nas últimas décadas tem havido um aumento progressivo de casos entre as mulheres, enquanto entre os homens há uma tendência de queda no número de ocorrências.

Quais são os principais sintomas do câncer de pulmão?

A doença não tem sintomas específicos. Tosse e rouquidão persistentes, falta de ar, dor no peito, perda inexplicável de apetite e peso, fadiga e sensação de fraqueza podem estar relacionadas a várias afecções. Como o câncer avança silenciosamente, quando os primeiros sinais surgem, o tumor tende a estar em estágio avançado. Cerca de 60% a 75% dos casos são diagnosticados já em metástase, com chance de cura em torno de 5%. 

Assim, se você perceber alguma dessas alterações, que não melhoram espontaneamente, o ideal é procurar o seu médico para uma avaliação minuciosa. Como você sabe, o diagnóstico correto é o primeiro passo para o tratamento adequado, qualquer que seja a doença. E, se o caso for câncer de pulmão, quanto mais precoce o diagnóstico, melhores as chances de sucesso no tratamento.

Prevenção

A primeira ação importante é abandonar o cigarro. Além disso, entre os 50 e 80 anos, os pacientes de alto risco devem se submeter, uma vez por ano, a uma tomografia de tórax de baixa dose de radiação. Este exame é capaz de detectar tumores em fase inicial, quando as chances de cura são de 90%, essa rotina, segundo estudos recentes, reduz em 20% as taxas de mortalidade. 

Pacientes de alto risco são aqueles que fumam 20 maços ou mais por ano e ex-fumantes que largaram o vício há menos de 15 anos.

Estilo de vida

Manter hábitos saudáveis é fundamental para prevenir não apenas os tumores de pulmão e, principalmente, não fumar. Em relação à dieta, quanto maior o consumo de frutas, verduras e vegetais, menor será o risco. A prática regular de atividade física também é imprescindível. A ingestão de bebidas alcoólicas deve ser reduzida. E, por fim, recomenda-se o manejo do estresse.

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