Inovações no tratamento da hiperidrose: últimas pesquisas e desenvolvimentos
Postado em: 22/05/2025
A Hiperidrose, ou suor excessivo, é uma condição que vai além do desconforto físico. Pode impactar diretamente a autoestima, o convívio social e a qualidade de vida.
Nos últimos anos, a medicina tem avançado no tratamento da hiperidrose, com o surgimento de novas tecnologias, protocolos atualizados e métodos menos invasivos.
Pesquisas recentes vêm ampliando as possibilidades terapêuticas, com alternativas mais seguras, eficazes e com resultados mais duradouros.
Neste artigo, vou apresentar as principais inovações no tratamento da hiperidrose e os desenvolvimentos mais promissores da atualidade. Se esse problema faz parte da sua rotina, continue a leitura e conheça as soluções que a ciência tem proporcionado.

O que é hiperidrose e por que tratá-la corretamente
A hiperidrose é uma condição caracterizada pela produção excessiva de suor, mesmo na ausência de estímulos como calor, esforço físico ou estresse emocional. Divide-se em dois tipos principais:
- Primária: geralmente de origem genética e sem relação com outras doenças. Afeta principalmente as mãos, axilas, pés e rosto, surgindo com frequência na infância ou adolescência.
- Secundária: ligada a condições clínicas específicas ou ao uso de certos medicamentos. Doenças como hipertireoidismo e diabetes mellitus descompensada estão entre as causas mais comuns. Nesses casos, a sudorese tende a ser generalizada e a surgir de forma repentina na vida adulta.
Tratamentos tradicionais e suas limitações
Algumas abordagens tradicionais ainda são amplamente utilizadas no manejo da hiperidrose, com diferentes graus de eficácia:
- Antitranspirantes com cloreto de alumínio: atuam bloqueando temporariamente os ductos das glândulas sudoríparas.
- Medicamentos anticolinérgicos orais: reduzem a produção de suor, mas podem provocar efeitos colaterais como boca seca, visão turva e constipação.
- Toxina botulínica: promove o bloqueio temporário dos nervos que estimulam a sudorese, com bons resultados principalmente nas axilas.
- Iontoforese: utiliza corrente elétrica de baixa intensidade, sendo mais eficaz para mãos e pés.
Embora funcionais, essas terapias não oferecem uma solução definitiva e, muitas vezes, exigem reaplicações regulares. Além disso, podem causar efeitos adversos em alguns pacientes.
Avanços recentes: o que há de novo?
Nos últimos anos, a medicina tem avançado de forma significativa no tratamento da hiperidrose, oferecendo opções mais modernas, eficazes e menos invasivas. Entre as principais inovações, destacam-se:
1. Medicamentos tópicos com glicopirrolato
O uso de cremes e géis com glicopirrolato, uma substância com ação anticolinérgica, tem se mostrado promissor. Aplicado na pele, esse tratamento local reduz os efeitos adversos sistêmicos, sendo uma alternativa segura e prática para casos leves a moderados.
2. Neuromodulação periférica
Ainda em fase experimental, a neuromodulação elétrica ou magnética atua sobre os nervos simpáticos, modulando a sudorese sem necessidade de cirurgia. Os resultados iniciais são positivos, especialmente em quadros de hiperidrose localizada.
3. Laser e radiofrequência
Técnicas como o laser e a radiofrequência vêm sendo aplicadas no tratamento da hiperidrose, especialmente na região das axilas, com o objetivo de destruir de forma seletiva as glândulas sudoríparas.
Os procedimentos são realizados com anestesia local e têm se mostrado eficazes, oferecendo resultados mais duradouros do que os obtidos com a aplicação de toxina botulínica.
Além disso, exigem menos sessões de manutenção, o que representa uma vantagem para pacientes que buscam opções com menor frequência de reaplicação.
4. Simpatectomia torácica por videotoracoscopia
Para casos graves e refratários, principalmente de hiperidrose palmar, a simpatectomia torácica é considerada o tratamento definitivo.
Realizo esse procedimento por videotoracoscopia (VATS), técnica minimamente invasiva que interrompe os nervos simpáticos responsáveis pelo suor excessivo nas mãos.
Entre os benefícios da simpatectomia, destaco:
- Alívio imediato e permanente dos sintomas.
- Alta taxa de satisfação dos pacientes.
- Recuperação rápida, com retorno às atividades em poucos dias.
Como toda cirurgia, a simpatectomia pode apresentar efeitos colaterais, como a sudorese compensatória (aumento do suor em outras regiões do corpo). Essa possibilidade é discutida em consulta, garantindo uma decisão segura e consciente.
Tratamento da hiperidrose compensatória
Alguns pacientes submetidos à simpatectomia podem desenvolver hiperidrose compensatória, com sudorese excessiva em regiões como costas, abdômen ou coxas.
Quando esse quadro compromete a qualidade de vida, considero as seguintes opções:
- Reversão da simpatectomia: em casos selecionados, é possível remover os clipes colocados nos nervos simpáticos durante a cirurgia inicial, buscando restaurar a função normal e reduzir o suor compensatório.
- Simpatectomia estendida: consiste em interromper níveis inferiores da cadeia simpática (entre R5 e R8 ou até R12), por videotoracoscopia. Essa abordagem minimamente invasiva tem se mostrado eficaz e segura para pacientes com hiperidrose compensatória grave .
Tendências futuras no tratamento da hiperidrose
A medicina está evoluindo para um modelo mais personalizado e preditivo. Novas pesquisas buscam:
- Identificar marcadores genéticos capazes de prever a resposta a diferentes tratamentos.
- Utilizar inteligência artificial para definir a melhor abordagem terapêutica de acordo com o perfil clínico de cada paciente.
- Desenvolver novas moléculas e combinações terapêuticas com ação mais duradoura e menor risco de efeitos adversos.
Chega de conviver com suor excessivo
Se o suor excessivo está afetando sua rotina, saiba que existem tratamentos modernos e eficazes para controlar a hiperidrose. Com uma abordagem individualizada, é possível retomar sua confiança e bem-estar no dia a dia.
Agende sua consulta e descubra qual é o tratamento mais adequado para o seu caso. Estou à disposição para ajudar você a viver com mais conforto e liberdade.
Dr. Caio Sterse
Cirurgião Geral e Torácico
CRM-SP: 124698 | RQE: 123725 | 123726
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